29 de mar. de 2015

Jardim de flores da Da. Lourdes


Ela tem 85 anos - não aparenta. 

Todo dia, de manhã, está de sacho nas mãos enluvadas, às vezes de chapéu de palha (um modelo bem bonito), com balde de água. Cavoca, carrega terra, planta, mantém as bordas limpas da grama. 

O jardim fica sobre o córrego Cabuçu, canalizado. 

 O canteiro central da Avenida Prof. Antonio Maria de Laet já tinha muitas árvores, a maioria plantadas e cuidadas durante anos pelo morador de um apartamento da R. Cônego Ladeira.  

Recentemente a subprefeitura urbanizou o canteiro central, e há alguns meses a Da. Lourdes começou a plantar flores. 



Começou por este, pequeno, com um hibisco. 




 


Tive a sorte de encontrar esta borboleta nas flores. 








Este é o canteiro mais comprido - por enquanto.
Mesmo quem sai do estacionamento e atravessa a rua indo para o metrô, evita pisar sobre as plantas. Várias delas foram dadas à Da. Lourdes, para que plantasse.




Uma das coisas que a entusiasma são os elogios. Claro, também há quem critica.
Mas o entusiasmo é maior, e ela está começando um canteiro novo, espalhando a terra, cheia de minhocas, que sobrou de uma intervenção da subprefeitura. 



Uma senhora lhe disse que, um dia, tinha saído de casa muito aborrecida com os problemas de família, se sentindo muito mal. Quando viu as flores na rua, tudo mudou, ela se sentiu em paz.




Um pai disse ao filho, menino, que essa senhora estava fazendo aquele jardim. O menino parou diante dela e aplaudiu, e o pai se juntou ao filho no aplauso.