6 de mai. de 2015

Nascentes do Córrego Cabuçu

O nome Cabuçu é de pelo menos um córrego e três rios na zona norte de São Paulo. Cabuçu pode vir de caba-açu, vespa grande, ou pode se referir a uma planta. A árvore chamada cabuçu é Miconia cabucu, encontrada apenas em SP, PR e SC. Já o cipó cabuçu é Coccoloba mosenii, nativo só de matas ciliares de SP a BA. 


Bacia do Rio Tremembé-Ribeirão Piqueri

O Córrego Cabuçu de que falo faz parte da bacia do Rio Tremembé - Ribeirão Piqueri, que por sua vez é parte da bacia do Rio Cabuçu de Cima, afluente do Rio Tietê, e que faz a divisa entre Guarulhos e São Paulo. 
 
Este córrego tem várias nascentes, na região da colina do Tucuruvi, e corre para o norte. Dizem os moradores que há uma nascente sob a estação de metrô. Olhando o mapa das curvas de nível da região, nota-se que o entorno da estação do metrô foi uma lagoa. Moradores antigos falam de um brejo, e que os poços davam água salobra.

O site Rios (In)visíveis tem um mapa do Córrego Cabuçu, sobre o qual fica a Av. Prof. Antonio Maria de Laet - antiga Cabuçu, claro.  Muitas ruas de São Paulo foram rebatizadas, perdendo seu nome original dado pelo rio que seguiam.

 
 

O mapa é aproximado, vamos localizar com mais exatidão as nascentes, usando o site da prefeitura sobre manejo de águas pluviais. O arruamento, em marrom-claro, dá a localização correta dos córregos nas quadras.

Córregos Lavrinhas e Cabuçu


Você vai dizer que não vê nenhum córrego nesses lugares, mas é porque aqui ele está escondido, canalizado. Veja-o no mapa dos córregos escondidos, em vermelho, e a céu aberto, em azul.






 
R. Caranguejo
A primeira nascente fica na Rua Caranguejo - antiga Santa Ninfa. Vista aqui da R. Claudino Inácio Joaquim, a Caranguejo tem no meio um vale. A nascente é nesta quadra à direita, conta-se que toda a região era um brejo, os córregos foram canalizados no loteamento, no começo do século XX, portanto ninguém viu estas nascentes. 
 



Talvez a nascente esteja entre estas árvores do estacionamento do Bradesco e esta casa antiga, ponto mais baixo da quadra.



Travessa Bacim Ackel

Este veio de água entra canalizado na Travessa Bacim Ackel. As duas caixas de esgoto da SABESP mostram que o córrego passa entre elas. A entrada das águas pluviais leva-as até ele, que nesta quadra faz uma curva para o norte.







Na ruazinha sem saída e sem nome que é a próxima paralela à Caranguejo, o córrego faz outra curva, para o sul.




R. Baraqueçaba



E é ouvido nas bocas de lobo da Rua Baraqueçaba.




 

O vale nesta rua inunda nas chuvas fortes, e um dos moradores fechou a garagem e murou a frente da casa por causa destas enchentes.







Vê-se que, dos dois lados da rua, o córrego canalizado foi respeitado nas construções.
Quando as casas ainda tinham água de poço, os moradores se uniram e canalizaram o esgoto para o córrego. Quando a SABESP trouxe a rede de água, acabou por fazer também uma rede de esgotos, jogando-o no mesmo córrego.

R. Claudino Inácio Joaquim

A água correndo também pode ser ouvida na R. Claudino Inácio Joaquim, porque o córrego fez agora uma grande curva para o norte, seguindo o nível do terreno, e está sob outra boca de lobo.




E daí segue sob a Av. Prof. Antonio Maria de Laet, antiga Cabuçu, perto do metrô Tucuruvi. 
Metrô antes do shopping


Antes da construção do shopping ainda era possível ver o desnível do terreno entre as avenidas Mazzei e Maestro Villa-Lobos.

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